Robin Parte 2
Os saldos são a época do ano que mais aprecio. Permitem-me sair de casa sem dizer nada ao Robin e passar um pouco de tempo sozinho. E o mais curioso é que nunca comprei nada; não porque a vida esteja difícil, porque se quisesse podia pedir um crédito para comprar roupas novas e trocar de carro, mas antes porque não me apetece. Como para fazer algo é preciso apetecer, pois não faço. Não me apetece. E assim, sempre que o Robin sugere a troca do Batmóbil, digo-lhe que só o faço quando o Enigma desvendar a sua identidade. E assim mato o assunto de vez. O Robin faz beicinho, começa a disparatar e a dizer que o valor residual do carro aproxima-se do zero, mas a mim não me interessa... sei que no dia que o motor não pegar, a Marvel desenha-me outro. E aproveito a ocasião para esbofetear o garoto. A sua crise da adolescência enerva-me. Agora diz que quer uma gaja no grupo! Eu que nunca tive mais do que relações descomprometidas, agora ia ter que admitir uma Batgaja no meu Batesconderijo. Uma batmerda para ti Robin! Ou eu ou ela! Além disso, como a nossa casa se chama Batesconderijo, depreendo que seja minha... enfim, será algo a discutir com os gajos da Marvel.
A última do Robin é que agora se diz chamar Robinho. Cada vez que me diz isso dou-lhe uma cabeçada à Zidane e repreendo-o... repreendo-o porque não se podem mudar os nomes dos super-heróis assim. Eu também gostaria de chamar-me Bataki ou Batemuma, mas não dá... chamo-me Batman, e já está. Mas ele só entende quando sangra abundantemente. Por falar nisso, tenho que falar com os gajos da Marvel para retocarem o nariz do Robin, porque da última fez parti-lhe a cana. O que andará a fazer o Robin?
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