The Ayatollah blogs the rock
Tuesday, August 30, 2005
Friday, August 26, 2005
Ayatollah has done wrong.........
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O Al Corão foi criado numa época na qual não havia ainda veículos capazes de atingir gloriosas velocidades capazes de derrubar a eloquente biblioteca de Tripoli ou as majestosas bibliotecas de Baghdad. Por esses dias, só as tempestades de areia do grande deserto da Abissínia podiam gerar velocidades capazes de inferiorizar toda a força de Allah. Contudo, a Natureza foi criada pelas imaculadas mãos do Grande Deus, pelo que tudo que dela provenha tenha origem no Seu iluminado coração.
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"Sabes Azzim, Allah criou tudo o que vemos ao nosso redor, desde a mais pequena partícula de pó à maior palmeira que possas alguma vez alcançar com a vista. Apenas Deus tem esse potencial criador, e a ele devemos tudo o que existe, tudo o que somos. Se alguma vez criarmos algo, será pela mera consequência de existirmos. Contudo, que saibas que jamais criaremos algo tão perfeito como o que poderá criar Allah. Ele caminha lado a lado com a perfeição, de mãos dadas. No dia em que criares algo que possa tocar a perfeição, então é porque gozaste da Sua presença no teu interior. Nós, sozinhos, não somos nada. Sozinhos, arriscar-nos-emos a dar origem a criaturas horríveis e diabólicas, como as que existem para lá da linha setentrional do deserto do Egipto e para lá da Gália e Germania. Tentemos na nossa humildade dar as mãos ao Senhor, e aspirar a que Este nos conceda o toque divino na criação das nossas obras. Só assim a vida fará sentido, e a nossa existência uma lógica."
Muito tempo nos separa destas sábias palavras de Ibrahim Kazzaan, durante o qual muitas batalhas se sucederam, durante o qual a criação e a destruição se foram equilibrando de uma forma mais ou menos coerente, fazendo-nos chegar aos nossos dias com isto que temos.
Comecei o texto falando de velocidades mirabolantes. Ontem andava de camelo, hoje desloco-me de carro. O meu camelo é preguiçoso, o meu carro nervoso. O meu carro atinge 200 km/h, o meu camelo só quando vem comigo no carro. Tudo isto para dizer que Ayatollah atropelou alguém. Alguém que desce chaminés numa dada época do ano, e que faz muita gente feliz a Ocidente de onde me encontro eu.
Acho que esse senhor estava no sítio errado à hora errada, numa estrada perdida entre Caminha e Paredes de Coura, em Portugália. Eu fazia-me deslocar a boa velocidade, e à saída de uma curva dei de caras com uma manada de renas em contra-mão a arrastar um senhor gordo vestido de vermelho, que pela cara me parecia alcoolizado. 5 minutos mais tarde passou a grande velocidade o coelho amigo colorido do Pai Natal, que não se apercebendo que era o seu escravo sexual que jazia morto no chão seguiu viagem a caminho do circo no seu ritmo frenético.
Das 22 renas, apenas 4 sobreviveram. Neste momento aguardo julgamento divino, o único juízo verdadeiramente justo. Publico as fotos, e peço perdão a todo o mundo Ocidental para o qual este senhor teria algum significado.
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Wednesday, August 24, 2005
Thursday, August 04, 2005
Aviso
Ayatollah tem sido perseguido nos últimos dias por esta senhora, que alega ser mãe de uma bela menina cujo pai é o Ayatollah.
A minha ida às ilhas Phi-Phi não podem ser interpretadas como uma fuga à responsabilidade, uma vez que há muito tempo que a viagem estava marcada, aproveitando a queda dos preços depois da onda de meio metro que assolou a região. Esta menina não se parece em nada comigo, e decerto não quererá um pai como eu. Já tentei dissuadir a senhora e convencê-la de que eu e ela somos muito diferentes, mas o processo não está a ser fácil. É natural que nos próximos dias a dita senhora opte por anunciar outro pai.
Aviso ainda que é perigosa, tendo nos anos 90 substituído a sua dentição por 26 dentes de Pitbull-Terrier, quando as próteses dentárias estavam em plena ascensão. Não se lava desde então.
A minha vida no último mês tem sido difícil, e espero que este assunto seja o ponto alto da tormenta, e que brevemente regresse a bonança. Por isso mesmo, e aproveitando o subsídio de férias e o bom espírito de solidariedade dos Portugueses, decidi abrir uma conta na qual poderão depositar uma pequena ajuda que dê um novo alento ao Mártir de todos os Mártires:
Qatar Bank - 1234-3849238-3829383467 SA
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Férias
Ayatollah anuncia assim um breve período de férias, durante o qual crê ser quase impossível a edição das suas fabulosas estórias e os seus relatos de encontros imediatos com entidades do além. De qualquer das formas manterei um olho meio aberto, para o caso de surgir algum assunto cuja crítica seja inadiável.
Destino de Férias: Ilhas Phi-Phi.
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Monday, August 01, 2005
The Ayatollah representing the city
Como saberá o leitor (os 2 ou 3 que lêem este espaço de criatividade e ócio) eu sou um artista moderno, radicado num local onde as palmeiras abundam e a humidade espalha o caos. Regressei para férias ao meu belo Porto, que por azar não me viu nascer, mas que me ajudou a crescer e a transformar-me neste abcesso desprovido de cérebro que hoje sou. Já viajei muito e conheço alguns lugares por esse mundo fora, e a cada dia que passa acredito que nada se pode comparar à Invicta em termos de autenticidade. E isso passa pelas pessoas e pela cidade propriamente dita.
Por outro lado, nós portugueses sempre tivemos uma tendência em orientar o comportamento e decisões com base no que se passava no estrangeiro, nas grandes nações para lá da pátria. Sempre ficamos fascinados com o que se passa lá fora, e esquecemos aquilo que temos. Quase sempre nos rebaixamos perante o que vem de fora, e despontam os sentimentos de vergonha pelo que temos e de inveja pelo que gostariamos de ter. Valorizamos muito mais o Parecer do que o Ser.
Hoje em dia, a chegada ao Porto é exemplo disso. Ao sair do avião, qualquer um dá de caras com um aeroporto bastante elegante e muito bonito visualmente, que revela por si só que houve mão de artista no seu desenho e projecção, e portanto, gastos elevados associados. Entremos então nas instalações... ok ok. Percebemos imediatamente que na sua essência nada mudou. O esqueleto do aeroporto è essencialmente o mesmo, o modus operandi entediosamente igual. A desorganização impera, e para o português é esse aspecto um mero detalhe rapidamente esquecido no meio de tanta beleza. O parque de estacionamento é gigantesco, mas igualmente confuso. As obras teimam em não acabar. Temos, enfim, um aeroporto profundamente desadequado áquilo que realmente precisamos, e que no fundo reflecte tudo aquilo que somos ou queremos ser: um grande peixe num pequeno charco. Fazemo-nos depender demasiado da sorte, como única forma de evitarmos os problemas. Somos ainda racionais irreflectidos, mas caminhando perigosamente para a irracionalidade. Não pensamos as coisas previamente, tentando resolver os problemas quando estes surjam. Somos irritavelmente estúpidos.
Fazemos corridas de carro (que paixão temos nós pelo elitismo e pela afirmação e distanciamento sociais), o que implicou elevados custos de remodelação de estradas e outras infra-estruturas, construimos edifícios antes mesmo de pensarmos a sua função (multi-usos do Castelo do Queijo), etc etc etc.... somos uns meninos mimados, que vamos gastando o pouco que temos em coisas que realmente não interessam, que apenas nos trazem felicidade por 2 ou 3 segundos, como o Carnaval Brasileiro. E agora, não temos dinheiro para investir no que realmente temos de belo, de genuíno e de património... aquilo que nos faz realmente belos, especiais e invictos. Aquilo que faz os turistas visitarem a cidade. Temos que pensar mais no que temos, no que identifica o Porto, no que lhe dá carácter e unicidade, e fugir a esta coisa de nos enganarmos a nós próprios tentanto imitar a glória do alheio. O Mercado do Bolhão é um dos pulmões da minha cidade, e tem que ser cuidado, mantendo a sua tradição e a sua gente. Vivamos com o que temos e sejamos o que somos.
Se há algo que me repugna é a decepção, e este espírito de parecer apenas leva a esse caminho.