Thursday, September 22, 2005

Carta de Adolf a António, Parte III

E não sei que mais te deva contar. Espero que atravesses dias melhores que os meus. Imagino que as notícias do Centro e Leste Europeu cheguem aos teus ouvidos. Para Ocidente continuamos a bombardear Londres e outras cidades desses cães monárquicos, mas também eles nos começam a atacar intensamente. Há uma semana provocaram muitos danos em Hamburgo. Enfim, parece-me o findar de um sonho. Sim António, porque nós somos sonhadores. Podem dizer mal de nós, mas não somos mais que isso, sonhadores. Tu com as tuas reformas da educação, eu com os meus monstros passados (2 cm, acreditas?? Não dá para acreditar, verdade? Mas assim é, 2 cm, nem mais um!!)... enfim, cada um com as suas coisas, mas no fim de contas, com sonhos. E é a única coisa que ainda me motiva ao começar o dia.

Tenho tido um sonho muito estranho António, que se torna cada vez mais recorrente. Tudo começa numa embarcação de transporte de tropas em pleno desembarque. Ao longe avista-se uma extensa praia, com uma alta falésia que a delimita à rectaguarda, fazendo a saída da praia praticamente impossível. Ao longo de toda a praia viaja uma cortina de fumo que cria um clima aterrador. 1 de cada 3 soldados não chega a tocar o areal, já que há morteiros a rebentar ao segundo. Petrificante António... petrificante. E o pior... não entendi se são os meus homens que morrem, ou se pelo contrário são os meus homens que dominam a praia desde as fortificações que há na falésia. E sempre desperto muito agitado, encharcado em suor. É o meu pior pesadelo, e o que mais me assusta é que este tipo de coisas têm sempre um significado. Um prenúncio do infortúnio que irá cair sobre a Alemanha, ou justamente o afirmar da Grande Nação Germânica sobre o planeta? Apenas o tempo o dirá. Não obstante, eu julgo saber a resposta.

2 centímetros António!! Dá para crer?? Mas como vês, cá estou eu a falar sem complexos desse problema... problema não, dessa virtude! Sim, porque a diferença pode ser uma virtude! Sim, uma virtude!! E afastei todos esses fantasmas que me perseguiam! Sou um garanhão António, um Deus! Sim, um Deus!! Metade do Mundo me teme!! A um austríaco de 2 cm!! Quão irónica pode ser a realidade!! Um austríaco de 2 cm que se assusta com os seus pesadelos... ridículo!! Vou-te contar mais uma coisa antes de terminar a carta! Mais uma dessas histórias que só dois bons amigos contam!! Recordas-te do Himmler e do Jodl?? Apanhei-os noutro dia com as mãos a segurar as calças!! Sim!! Dá para crer?? E já vem de muito atrás!! Agora chamo-os de Himmie e Jodlie-Jodlie! Ando a perseguir homossexuais, e afinal tenho-os dentro do próprio partido! O proíbido sempre será o prato mais apetecido, estás de acordo? Que isto não se saiba cá fora, porque é uma situação de extrema gravidade!! Até já os tive que punir com 150 vergastadas cada um, porque há que manter a ordem na casa. Um verdadeiro insulto ao social-nacionalismo!! Julgas-te rodeado por pessoas em quem confias e com quem compartilhas ideologias, e afinal de contas o desejo reduz o tudo a nada. Não o esperava António, fui colhido literalmente de surpresa!

Mas bom, julgo ser tempo de terminar a carta. Estou cansado, e resta dizer que espero com fervorosa ansiedade a tua resposta. Ajuda-me naquilo que possas. Sinto-me fraco e sinto já não ter poder sobre nada. O tempo que me resta cai da minha mão como grãos de areia.
Vou a caminho de Ploiesti, na Roménia, resolver a situação do petróleo. Temos aí o maior centro de extracção de toda a Europa, mas que por qualquer motivo só funciona agora a 60% da sua capacidade. São os ciganos António, essa raça romena de indigentes e preguiçosos. Vou ser cruel amanhã, e quando sou cruel faço-o a todo o comprimento da palavra. Conto chegar de manhãzinha, sem aviso. O "Amerika" avança a bom ritmo pela Hungria fora. Tenho uma vida solitária, amigo. Sou um falhado, verdade?

Uma saudação de amigo para amigo,

Adolf