Saturday, September 24, 2005

Some photos...

Esperando a onda perfeita?
What have I done wrong officer?

Avoiding the highways or just preparing for the Olympics?

We all do!

Rita in the US vs. Rita en Cuba


















Rita nos EUA: "The Great Escape".












Rita em Cuba.

Duas formas diferentes de enfrentar o mesmo problema. Os que vivem numa ilha e que simplesmente não têm para onde fugir; outros que querem fugir, e rapidamente se vêem retidos nas enormes auto-estradas, um dos símbolos desse enorme poderio norte-americano.

Dizia Bush acerca do protocolo de Kyoto: "We'll be working with our allies to reduce greenhouse gases, but I will not accept a plan that will harm our economy and hurt American workers."

E não assinou, já está! Defendeu a economia americana e os seus trabalhadores.

A administração americana sempre trabalha com os seus aliados, mas à sua maneira. A ideia na cabeça de Bush será algo do género: Eles reduzem e nós mantemos. Resultado: Diminuição global do efeito de estufa. "Objective accomplished"!

Um pouco de ciência: O planeta Terra tem uma temperatura média que se situa confortavelmente entre os pontos de ebulição e de congelação da água, pelo que cria condições ideais à existência de vida tal como a conhecemos. Devemos estas condições à distância a que a Terra se encontra do Sol (que permite ao paneta absorver a quantidade ideal de energia solar) e igualmente às características da nossa atmosfera.
A atmosfera terrestre funciona como um filtro ou cobertor, permitindo ao planeta reter calor que de outra forma se perderia para o espaço-> Efeito Estufa. E é este calor que vai mantendo a Terra a essa temperatura óptima.
Esta capa ou atmosfera não é mais que uma combinação perfeita de gases (dióxido de carbono, vapor de água, metano, óxido nitroso, oxigénio, hidrogénio - estes 2 últimos não contribuem para esse efeito de estufa tão útil, por terem propriedades diferentes). O que acontece é que fruto da intensa actividade industrial e humana, estamos a alterar a proporção de gases que compõem a atmosfera (o dióxido de carbono é o que mais aumenta) potenciando esse efeito de retenção de calor, pelo que a temperatura terreste aumenta.

Assim sendo, vive-se um processo de concentração de energia no planeta, pelo que fenómenos naturais como furacões e tempestades tenderão a ter um maior potencial destruidor. Além disso, são eventos que ocorrerão com maior frequência.

Sei que não se trata apenas de assinar protocolos. Assinar é fácil. O que importa é que cumpramos aquilo a que nos propômos.
Contudo, sendo os EUA o país que mais polui no planeta, creio não ter o direito de excluir-se de um objectivo mundial que, afinal de contas, nos afecta a todos. E, pelo que parece, afecta também à economia, trabalhadores e restantes cidadãos estado-unidenses.


"Unfortunately, you'll learn it the hard way".

Friday, September 23, 2005

Back to School after an amazing summer!















Que sede de cultura é esta? O que têm as escolas norte-americanas que as nossas não têm?

Thursday, September 22, 2005

Carta de Adolf a António, Parte III

E não sei que mais te deva contar. Espero que atravesses dias melhores que os meus. Imagino que as notícias do Centro e Leste Europeu cheguem aos teus ouvidos. Para Ocidente continuamos a bombardear Londres e outras cidades desses cães monárquicos, mas também eles nos começam a atacar intensamente. Há uma semana provocaram muitos danos em Hamburgo. Enfim, parece-me o findar de um sonho. Sim António, porque nós somos sonhadores. Podem dizer mal de nós, mas não somos mais que isso, sonhadores. Tu com as tuas reformas da educação, eu com os meus monstros passados (2 cm, acreditas?? Não dá para acreditar, verdade? Mas assim é, 2 cm, nem mais um!!)... enfim, cada um com as suas coisas, mas no fim de contas, com sonhos. E é a única coisa que ainda me motiva ao começar o dia.

Tenho tido um sonho muito estranho António, que se torna cada vez mais recorrente. Tudo começa numa embarcação de transporte de tropas em pleno desembarque. Ao longe avista-se uma extensa praia, com uma alta falésia que a delimita à rectaguarda, fazendo a saída da praia praticamente impossível. Ao longo de toda a praia viaja uma cortina de fumo que cria um clima aterrador. 1 de cada 3 soldados não chega a tocar o areal, já que há morteiros a rebentar ao segundo. Petrificante António... petrificante. E o pior... não entendi se são os meus homens que morrem, ou se pelo contrário são os meus homens que dominam a praia desde as fortificações que há na falésia. E sempre desperto muito agitado, encharcado em suor. É o meu pior pesadelo, e o que mais me assusta é que este tipo de coisas têm sempre um significado. Um prenúncio do infortúnio que irá cair sobre a Alemanha, ou justamente o afirmar da Grande Nação Germânica sobre o planeta? Apenas o tempo o dirá. Não obstante, eu julgo saber a resposta.

2 centímetros António!! Dá para crer?? Mas como vês, cá estou eu a falar sem complexos desse problema... problema não, dessa virtude! Sim, porque a diferença pode ser uma virtude! Sim, uma virtude!! E afastei todos esses fantasmas que me perseguiam! Sou um garanhão António, um Deus! Sim, um Deus!! Metade do Mundo me teme!! A um austríaco de 2 cm!! Quão irónica pode ser a realidade!! Um austríaco de 2 cm que se assusta com os seus pesadelos... ridículo!! Vou-te contar mais uma coisa antes de terminar a carta! Mais uma dessas histórias que só dois bons amigos contam!! Recordas-te do Himmler e do Jodl?? Apanhei-os noutro dia com as mãos a segurar as calças!! Sim!! Dá para crer?? E já vem de muito atrás!! Agora chamo-os de Himmie e Jodlie-Jodlie! Ando a perseguir homossexuais, e afinal tenho-os dentro do próprio partido! O proíbido sempre será o prato mais apetecido, estás de acordo? Que isto não se saiba cá fora, porque é uma situação de extrema gravidade!! Até já os tive que punir com 150 vergastadas cada um, porque há que manter a ordem na casa. Um verdadeiro insulto ao social-nacionalismo!! Julgas-te rodeado por pessoas em quem confias e com quem compartilhas ideologias, e afinal de contas o desejo reduz o tudo a nada. Não o esperava António, fui colhido literalmente de surpresa!

Mas bom, julgo ser tempo de terminar a carta. Estou cansado, e resta dizer que espero com fervorosa ansiedade a tua resposta. Ajuda-me naquilo que possas. Sinto-me fraco e sinto já não ter poder sobre nada. O tempo que me resta cai da minha mão como grãos de areia.
Vou a caminho de Ploiesti, na Roménia, resolver a situação do petróleo. Temos aí o maior centro de extracção de toda a Europa, mas que por qualquer motivo só funciona agora a 60% da sua capacidade. São os ciganos António, essa raça romena de indigentes e preguiçosos. Vou ser cruel amanhã, e quando sou cruel faço-o a todo o comprimento da palavra. Conto chegar de manhãzinha, sem aviso. O "Amerika" avança a bom ritmo pela Hungria fora. Tenho uma vida solitária, amigo. Sou um falhado, verdade?

Uma saudação de amigo para amigo,

Adolf

Carta de Adolf a António, Parte II

Abri demasiadas linhas de combate, agora entendo-o. Foi um erro ter avançado para Oriente. Devia ter continuado a avançar para Sul, conquistado Espanha e oferecer-ta como uma celebração da nossa amizade. Sabes, és realmente o meu único amigo, e esse Franco não me convence. Sim, ter-te-ia dado Espanha! Lamento que não se tenha concretizado; tive mais olhos que barriga.
Temo pela minha vida, mesmo dentro do círculo de generais que me rodeiam. Os recentes fracassos fazem com que questionem a minha liderança, e há boatos da existência de grupos de conspiração dentro do Partido. Imagino que lá para Julho me tentem matar. Mas é apenas um boato. De todas as formas, há gente muito boa a rodear-me, com muitos princípios e grande valor. Stauffenberg é disso exemplo! Acabo de recebê-lo, e proferiu palavras de grande valentia e solidariedade para comigo. Penso promovê-lo em breve.

Mas deixemos os generais fazer o seu trabalho, e falemos de nós. Porque nascemos assim? Já te fizeste essa pergunta? É a questão que me assombra todo o dia. Somos uns animais do mais nefasto que há, o Diabo sobre a Terra. Manchamos a negro e vermelho a História do Mundo. Fiz e faço derramar muito sangue por toda a Europa e Norte de África. Torturo, massacro, persigo, separo, esventro, decepo, esgano, enforco, gaseio... hediondo, verdade? Sou um cabrão, sei disso. Pergunto-me se será resultado de ter uma pila pequena. Sim, tenho-a muito pequena. Sempre foi motivo de troça por parte dos meus companheiros (trato-os por companheiros e não por amigos, reparaste?) de escola. Sabes como me chamavam na escola? Adolfinho 2 cm. E foi duro António, muito duro. Os meus pais nunca souberam justificar tamanha pequenez, e hoje dou-me conta que também a minha mãe nunca foi uma pessoa realizada. Será que tudo o que acontece actualmente é a manifestação de toda a raiva interior que procede dessas dificuldades de infância e adolescência? Diz-me o que pensas porque eu, por mais que tente, não obtenho a resposta.
Por outro lado, já consigo abordar melhor essa pequenez. Apercebes-te disso, verdade? Já falo sem qualquer tipo de complexos, sim ou não?? Sim! E sabes quê? Ter conhecido a Eva fez-me dar valor a outras coisas que não tanto o tamanho. Diz-me que sou um "peso-pesado na cama", um "Panzer descontrolado", um "porta-aviões a kerosine". No momento mais quente chama-me "bombom austríaco", e emite o seu guincho descontrolado capaz de acordar um morto dentro dos 2.000.000 cujas vidas já apaguei. E eu derreto-me com as suas palavras!

O meu bigode é directamente proporcional ao meu instrumento! Sabias ou não? Sim!!!! Revelo-te isto como um segredo a dois. Mas ao milímetro! Creio ser a parte do meu corpo que mais cuido, o bigode! 2 cm de longitude, 1 cm de largo. Ficará isto entre os dois, ok? A Eva suspeita-o, mas não tem certezas. E é este tipo de informação que se compartilha entre dois bons amigos, porque a amizade é isto, verdade? É contar os nossos problemas e anseios, os nossos sucessos e conquistas, e saber não troçar, porque amigos são amigos. Entendemo-nos mesmo bem, agora não duvido! Envio-te algumas fotos da Eva em trajes menores. Bela, verdade? Que seios tão bem desenhados, um exemplo de proporção divina! E a sua tez, um branco neve que cria desejo até no Céu. Achas que Jesus Cristo me perdoará por tudo o que faço? Por um lado é Rei dos Judeus, por outro foi traído pelos Fariseus. É uma dúvida que tenho, e como sei que a tua relação com a Igreja é muito mais profunda que a minha, pedia-te que averiguasses sobre tudo aquilo que me inquieta aí pela tua terra. Esse livro do Padre Amaro é de leitura fácil? É que preciso de um livro que se leia bem para distraír-me, já que estou farto de tudo o que me rodeia. Preciso de descontrair, desligar um pouco deste mundo.

E tu? Fala-me de ti! Contavas com esta carta?
Tens com certeza uma vida fácil aí por Portugal. As pessoas não dão problemas, vivem num estado de narcose religiosa, completamente absorvidas na sua fé desmesurada. Tu soubeste fazer as coisas António, és um filho de um porco muito inteligente. Vais governando o país como se de uma casa de Família se tratasse, e através da trindade Família, Religião e Pátria vais mantendo o Oceano tranquilo. Mas sabes o que acho? Devias ser ainda mais filho de um porco e optar por uma governação militarista! Dá um pouco de acção à tua vida, e avança por Espanha dentro. O Franco anda entretido a matar os catalães, e tu devias aproveitar e lançar uma blitzkrieg sobre Espanha. Disponibilizo-te uma meia dúzia de Stukas, uns 15 Panzers e estás por tua conta. Queres ficar na História como um filho de um porco ou um grandessíssimo filho de um porco? A História só se escreve uma vez António. Pensa nisso como deve ser. Fiquemos como grandes, não como pequenos.

Continua (Esta carta é um documento histórico de valor inquestionável. É reveladora da íntima relação entre o Führer alemão e António de Oliveira Salazar)

Wednesday, September 21, 2005

Carta de Adolf a António, Parte I

Herr António de Oliveira,

Muito tempo passou desde a última vez que estivemos juntos. Recordo com saudade (que palavra bem portuguesa, verdade?) o queijo da Estrela que trouxeste embrulhado nos velhos trapos de cozinha da mamã, e todo o carinho com que falavas dessa exemplar figura. Ainda que a não tenha conhecido, a tua pormenorizada e tão delicada descrição permitiu-me criar no imaginário uma criatura que não pode distar muito da realidade. Entre colheradas de queijo, falavas-me de todos os planos que tinhas para o teu Portugal; dos teus sonhos, das reformas agrárias, da luta ao analfabetismo, do culto pela religião e pelo nacionalismo, a perseguição do pensador e intelectual maquiavélico. Escutei-te enternecido, entre os vários copos de vinho e marmelada que iamos consumindo.
-"Somos realmente mentes doentias!"- era o que pensava enquanto falavas.

Escrevo-te essencialmente para dizer que os meus dias estão contados. Sinto a morte muito por perto, e o meu corpo sente-se cansado. Passo muitos dias sozinho a bordo do "Amerika", o meu querido comboio, enquanto viajo entre as várias linhas críticas da frente de batalha. Acabo de regressar de Stalingrad, e dou-me conta que os porcos SS não conseguem suster o avanço dos comunas. Ainda tens problemas com o Cunhal? Recomendo-te a eliminá-lo quanto antes, pois começo a acreditar que esses comunistas têm poderes sobrenaturais. Tive-os nas mãos, a ponto de os poder esmagar, e da noite para o dia multiplicaram as suas forças por 1000. Inverteram completamente a ordem das coisas, passando da defensiva à ofensiva num curto espaço de tempo. Além disso, têm o clima do seu lado. Sou cada vez mais ateu, porque o S. Pedro ajuda mais depressa esses ateus estalinistas que a Suprema Raça Ariana Protestante. Hoje perdemos 14.500 soldados só na frente russa, e como sabes mantemos duas outras frentes abertas. Estamos completamente arrasados, sem combustível, e começamos a ter problemas nas linhas de produção de armamento.

Necessito desabafar, falar de nós, desenvolver uma análise auto-crítica que me permita libertar de toda esta doença que percorre o meu corpo. Sou um grande filho de um porco! Nunca tive o poder de criar amizades, de criar um eixo em torno do qual pudesse desenvolver uma vida normal, igual às das outras pessoas. Sou um farrapo austríaco, que persegue judeus, comunistas, ciganos e homossexuais. Não incluí portugueses apenas para não complicar a vida aos SS.
Não conheço o poder da amizade, apenas o poder da destruição e da miséria humana. Não me preocupa o odor a morte que espalho por toda a Europa. Durmo tranquilamente todas as noites, e acordo com muita fome. Como muito pelas manhãs, sabias? Mas cago muito também, por isso mantenho-me na linha. Goebbels diz-me frequentemente que tenho a melhor cintura de todo o Reichstag, e eu coro de vergonha. Esse Goebbels ultimamente anda a arrastar-me muito a asinha, e a Eva já o percebeu. Recordas-te certamente de Goebbels, o ministro da propaganda. Ele lembra-se muito de ti... refere-se a ti como o "tosco português sem maneiras". Não o tomes de uma forma ofensiva, mas antes como um mimo, talvez o resultado de uma diferença cultural. Proponho, se por então ainda for vivo, irmos todos fazer praia para a Tunísia este Verão. O Rommel é o general que melhor vai aguentando a barra, mas até aí no deserto as coisas estão difíceis. Os "fags" (é a forma como me refiro aos cães ingleses) têm agora um general novo chamado Montgomery, e que veio complicar as coisas. De todas as formas, acredito que ainda terei essas praias este Verão.

Continua (Esta carta é um documento histórico de valor inquestionável. É reveladora da íntima relação entre o Führer alemão e António de Oliveira Salazar)

Próxima publicação

Anuncio que a próxima publicação neste blog será a de um documento de elevado interesse histórico, que explica um pouco a relação de profunda amizade entre 2 personagens do passado Séc XX. Revelações, segredos, medos e anseios... mais não posso dizer. O documento falará por si mesmo.

Saturday, September 17, 2005

Once there was a man...

Carta de despedida de Guevara a Fidel

"Ano da Agricultura"
Habana

Fidel:
Recordo-me nesta hora de muitas coisas, de quando te conheci na casa de Maria Antonia, de quando me propuseste vir, de toda a tensão dos preparativos.
Passaram um dia perguntando a quem se devia avisar em caso de morte, e a possibilidade real disto golpeou-nos a todos. Depois soubemos que era certo, que numa revolução ou se triunfa ou se morre (se é verdadeira). Muitos companheiros caíram ao longo do caminho à vitória.


Hoje tudo tem um tom menos dramático porque somos mais maduros, porém o facto repete-se. Sinto que cumpro a parte do meu dever que me atava à Revolução Cubana no seu território e despeço-me de ti, dos companheiros, do teu povo que já é meu.

Faço uma renúncia formal dos meus cargos na Direcção do Partido, do meu posto de Ministro, do meu grau de Comandante, da minha condição de cubano. Nada legal me ata a Cuba, só laços de outros tipos que não se podem romper como as nomeações.

Fazendo um balanço da minha vida passada, creio haver trabalhado com suficiente honradez e dedicação para consolidar o triunfo revolucionário. A minha única falta de alguma gravidade é não haver confiado mais em ti desde os primeiros momentos da Sierra Maestra e não haver compreendido com suficiente celeridade as tuas qualidades de condutor e de revolucionário.
Vivi dias magníficos e senti a teu lado o orgulho de pertencer a este nosso povo nos dias luminosos e tristes da Crise do Caribe. Poucas vezes brilhou mais alto um estadista que nesses dias, e orgulho-me também de haver-te seguido sem vacilações, identificado com a tua maneira de pensar e de ver e apreciar os perigos e os princípios.


Outras terras do mundo reclamam o concurso dos meus modestos esforços. Eu posso fazer o que te está negado pela tua responsabilidade à frente de Cuba, e chegou a hora de separar-nos.


Que se saiba que o faço com uma mistura de alegria e de dor, aqui deixo a mais pura das minhas esperanças de construtor e o mais querido entre meus seres queridos... e deixo um povo que me admitiu como um filho; isso lacera uma parte do meu espírito. Nos novos campos de batalha levarei a fé que me inculcaste, o espírito revolucionário do meu povo, a sensação de cumprir com o mais sagrado dos deveres; lutar contra o imperialismo onde quer que esteja; isto reconforta e cura como nada qualquer partida.


Digo uma vez mais que liberto Cuba de qualquer responsabilidade, salvo a que emane do seu exemplo. Que se me chega a hora definitiva sob outros céus, o meu último pensamento será para este povo e especialmente para ti. Agradeço pelos teus ensinamentos e o teu exemplo ao qual tratarei de ser fiel até às últimas consequências dos meus actos. Estive sempre identificado com a política exterior da nossa Revolução e assim continuo a estar. Que onde quer que esteja sentirei a responsabilidade de ser revolucionário cubano, e como tal actuarei. Que não deixo aos meus filhos e minha mulher nada material, e não me entristeço: alegra-me que assim seja. Que nada peço para eles pois o Estado dar-lhes-á o suficiente para viverem e educarem-se.

Teria muitas coisas que te dizer a ti e ao nosso povo, porém sinto que não são necessárias, as palavras não podem expressar o que eu quereria dizer, e não vale a pena borrar papéis.


Até a vitória sempre, Pátria ou Morte!

Te abraça com todo o fervor revolucionário,

Che

Friday, September 16, 2005

B&W's



























Get in the bus, son...

This story is about a dialogue I once had with a stranger. A true american farmer.
This is a simple story.

- "Are you new in town, boy?" (the word "boy" being said in the South Carolina farmer style, where they roll their tongue as if they were doing gymnastics)

- Yes siir', and I'm just looking for the place to get a buuuuzzzz...

-Well son, the only place I know around here is by the old cemetery... it's called Radio Bar, but us fellows here call it the dungeons. They say it's the place where the young people go, but I ain't seen it. They say President Johnson was there once, but I ain't seen him. Just get in the bus, son! I must get goin'. May mighty God bless you, booooy!

Agradecimento

Este agradecimento dirige-se ao incógnito que me fez chegar o mais valioso pertence de Uzzid, a sua Rolleiflex, máquina com a qual percorria o mundo e produzia todo o material fotográfico que iria incluir no seu "Uzzistroika".

Uma das fotos que pude encontrar refere-se a uma perspectiva diferente sobre o 9/11. A arte de Uzzid, no seu último tributo à civilização.

Thursday, September 15, 2005

Política para o povo

Diz-se por aí que Eusébio prepara em segredo a sua aparição na vida política portuguesa.

Nesta foto, Eusébio assiste impassível ao fuzilamento de 25 presos políticos pela brigada 22 da Polícia Internacional e de Defesa do Estado. Foi, segundo o próprio, a maior experiência política por ele alguma vez vivida.

The Golden Age: Eusébio Representando em jogos oficiais os Khmers Vermelhos, num jogo de beneficiência organizado por Pol Pot, para estreitar os laços entre Cambodja e Laos. Eusébio era pago em sacos de arroz e pergaminhos com inscrições seculares pertencentes à colecção particular de Pol Pot.

Na foto mais à esquerda, o dia da chegada de Eusébio a Phnom Penh, uma viagem patrocinada por Pneus Semperit. Nesse mesmo mês, Luís Filipe Vieira foi eleito o recauchutador do mês dessa companhia. Foi brindado com um cheque de 200 escudos, com o qual organizou o seu casamento com Fátima Felgueiras.

Grupo político de Eusébio, uma selecção pautada pela juventude dos seus membros. Uma foto política na sua essência, com o Lobby da construção no background, fazendo-nos crer que a sua aventura não deverá ser negligenciada ou menosprezada.

Tuesday, September 13, 2005

Phi-Phi was alright

Os leitores mais fiéis sabem com certeza que o meu destino de férias foi as ilhas Phi-Phi. Não foi segredo nenhum. Mas o que me levou até lá?

Este é Uzzid, fotógrafo palestiniano das Brigadas do Reverendo Anastid Al-Jibang, um pequeno grupo malfeitor que reúne uns míseros 5 fiéis. São do mais fanático que o Islão pode gerar.
A foto? Ilhas Phi-Phi, em pleno tsunami. Uzzid foi apanhado em plenas férias de inverno, enquanto trabalhava o seu "Uzzistroika", um livro de relatos e estórias pessoais melindrosas.
Conheci Uzzid por mero acaso, numa das minhas passagens por Beirut. Um daqueles momentos que juntam 2 vidas que até aí nunca se haviam cruzado, mas que desse instante em diante passam a tocar-se ao largo do tempo. Não me perderei em explicações sobre como o conheci... não interessa absolutamente. Apenas que a meados de Maio esta foto me foi endereçada por um anónimo, e percebi que Uzzid estava em apuros. De todas as formas, esperei por Agosto para iniciar a viagem, aproveitando os preços mais baixos. Achei que Uzzid podia esperar até então.

Percorri todo o território tailandês em busca de Uzzid. Planícies, vales e planaltos, selva, pântanos e arrozais, aldeias, vilas e cidades. Avistei animais perigosos, tribos nómadas e contactei com povoações perdidas nas entranhas das mais densas selvas. Presenciei o medo como nunca antes havia sucedido, e senti o misterioso odor da morte. Quase me tocou, mas ao último instante retraiu-se e deixou-me a sós com a vida. Passei dificuldades, a fome percorreu o meu ser e contraí as mais debilitantes doenças:
amebíases, tricuríases, peste bubónica, Dengue e febre amarela.

Conheci um sábio numa dessas aldeias isoladas, um verdadeiro sábio. Alguém que na sua humildade se diz um mero servo da Natureza, um aprendiz da floresta. Nunca passou para lá dessas densas selvas, onde diz que a Natureza acaba e a cruel Humanidade começa. Apesar de nunca ter visto uma cidade, é capaz de descrevê-la com uma invejável clarividência. Recordo palavras como o monstro submerso ou o inimigo invisível. Perguntei se havia visto Uzzid, ao qual me respondeu: "Uzzid, o inocente guerreiro da fabricada guerra pelo ouro negro? Vi a sua sombra num dia em que o mar fez avançar as suas águas sobre a terra seca. Mas nesse mesmo instante, a sombra foi levada pela negridão da morte, fazendo a sua alma descansar no limbo sagrado da Mãe Natureza". E assim, com estas palavras mágicas, o Sábio (nunca percebi bem o seu nome tribal, pelo que prefiro chamá-lo de Sábio) fez a minha missão chegar ao fim. As suas longas e entrelaçadas barbas brancas transmitiam-me a confiança necessária para acreditar na sua visão. Não ousei questioná-lo, e assim ficámos os 2 o resto do dia, trocando ideias sobre o mundo, fumando ópio e comendo bolacha maria que havia levado comigo.

Esta foto, conseguida dias antes da partida, fez-me repensar tudo o que tinha então como garantido a respeito do infortúnio de Uzzid. Este homem, com escoriações várias e escaras dignas de relato num qualquer episódio bíblico, podia perfeitamente ser Uzzid. Contudo, um zig-zag mental conduziu-me a um canto da memória que me informou que Uzzid não usava roupa interior branca, pois dizia que obrigava a um número de lavagens exagerado:
1- manchas de urina eram mais facilmente detectáveis
2- é côr de fralda
3- na família o branco dizia-se côr de marica
4- o branco reflecte todo o espectro luminoso, pelo que implica perda de concentração calorífica e eventualmente da luz divina

E assim, de consciência tranquila uma vez mais, deixei-me ficar por Bangkok gozando os 2 últimos dias de férias na zona mais atractiva da cidade: a zona das criancinhas. Estas são as minhas 2 mais recentes amiguinhas, Li Uan e Cindy Huam.

Thursday, September 01, 2005

Empreendorismo selvagem: Pearl Harbor, Nagasaki, Hiroshima, Danzig, Guadalcanal, Stalingrado

Pearl Harbor, Nagasaki, Hiroshima, Danzig, Guadalcanal, Stalingrado.

Vivemos numa sociedade cada vez mais ávida em fazer dinheiro. A riqueza tende a centralizar-se cada vez mais, e a pobreza a disseminar. Dinheiro concentra dinheiro. A sociedade é cada vez mais individualista, e a ética é um conceito "démodé". Todos os nosso esforços se centram cada vez mais na nossa pessoa, e menos no que nos rodeia. Custa-nos cada vez menos passar por cima dos outros. Cremo-nos cada vez mais inteligentes, mas somos cada vez mais selvagens.

Proposta: Numa das minhas viagens pelo Porto descobri este barco. Dá uma boa fotografia como mínimo; o naufrágio sempre teve a sua magia. "Robinson Crusoé" vendeu mais que os "Maias". Com certeza que se Eça tivesse concebido uma história em que a família Maia tivesse chegado ao Ramalhete depois de um naufrágio nas águas do Tejo, o seu livro teria tido maior êxito. E se pelo caminho tivessem encontrado o Padre Amaro e a menina Amélia numa cena de intenso cariz romântico, a bordo de um pequeno bote de madeira chamado "O Presépio", o sucesso seria a uma escala inimaginável.

Portugal vive um momento dramático. Necessitamos de sair da crise, seja como fôr. Não acredito nos políticos, num salvador da pátria. Cada um de nós, debaixo da capa do individualismo que rege o mundo actual, deverá buscar a solução para si. Não nos devemos sentir mal por isso, afinal de contas ninguém faz nada por nós. Apenas jogamos as regras do jogo, e neste jogo ganha quem ficar com mais queijinhos no final. Não há vencedores globais, apenas um. O mundo é selvagem, e só nos devemos preocupar com a nossa sobrevivência.

Com base nessas premissas, eu já tenho o meu negócio a correr: O barco . O que antes era uma mera foto, tornou-se rapidamente numa oportunidade de negócio. Imaginemos: 30 soldados dissidentes portugueses dum corpo de elite das forças armadas, regressavam a bordo deste barco da batalha de El Alamein, onde haviam estado a guerrear o Africa Korps de Rommel (a Raposa do Deserto). O cenário é idílico: as suas mulheres prestes a receberem-nos em terra, braços no ar, beijos a serem lançados desde a margem, os filhos abraçados às mães, lágrimas a misturarem-se com as águas do Douro. Estes 30 homens eram os mais recentes heróis da pátria, prontos a desembarcar na terra onde nasceu o Infante, a terra ínvicta de todo o Portugal.
Nisto, dos ares surge uma esquadrilha de Stukas que perseguiam o barco desde a Argélia, destinados a fazer cair o terror desde os céus. O cataclismo sobre a terra. 20.000 balas disparadas que fizeram o barco encontrar o fundo do rio. Em poucos segundos, a cor vermelha mistura-se com as águas do Douro, e a população refugia-se como pode. Um cenário de glória transforma-se num cenário de devastação. Um episódio que poderá jamais cair no esquecimento humano. Um episódio que o Ayatollah insiste em relembrar, numa inesquecível viagem no seu bote de plástico. Visitas em 4 línguas. Bebidas a bordo.

10€ Adultos
5€ Estudantes
3,5€ Grupos

Espectáculo apoiado pelo Ministério da Cultura, Museu do Vinho do Porto e Radio Bar.